Tereza Montanari Paviani, nasceu em 20 de janeiro de 1916, em Taquaritinga-SP. Filha de pais italianos, foi a primeira a nascer em território brasileiro. De família humilde, trabalhou muito na roça até se casar.
Casou-se aos 22 anos, em 1938 na cidade de Pirangi-SP, com Leonildo Montanari (in memoriam há 25 anos). Tiveram seis filhos, Dirce (in memoriam), Aparecida, Alzira, Amélia, Darzília e Orlando, 18 netos, vários bisnetos e até três tataranetos.
Sua sogra faleceu e teve que deixar o trabalho no campo para cuidar da casa, marido, filhos e sete cunhados que foram criados por dona Tereza.
Naquele tempo lavava, passava, costurava, remendava as roupas, fazia comida. “Valdenor, um dos cunhados, fala que sou a segunda mãe, ele morou com a gente desde os 12 anos”, afirma Tereza.
Sua vida foi de muito trabalho, sempre lutando. Passou muitas noites remendando roupas com máquina de mão e lamparina para no outro dia estar pronta para ir na roça.
Ela conta o que comia na época, talvez um dos segredos de sua longevidade. “Polenta com café, polenta com almeirão e polenta com ovo. Tomávamos leite de cabra”, lembra.
A primeira casa fora da área rural foi em Poloni, onde morou por 25 anos. “No começo era lavadeira, lavava roupa para as famílias de lá e fui indo até parar. Hoje sou aposentada”, disse ela.
No dia 24 de junho completa 26 anos morando em União Paulista. Mudou-se para a cidade depois que seu esposo faleceu no dia 22 de fevereiro do mesmo ano.
Desde seus 90 anos, esperava para reunir a família e fazer um grande almoço, mas o tempo foi passando e recebeu a surpresa ao completar 100 anos, no último dia 20 de janeiro.
“Duas semanas antes do aniversário dela, começou a falar que queria fazer um almoço. Contei para minha filha Elaine e fomos convidando todos os parentes, chamando os tios e fizemos um almoço no dia 24, um domingo. Ela ficou muito emocionada e graças a Deus deu tudo certo”, conta a filha Aparecida.
É católica, frequentava a missa, mas hoje em dia não aguenta mais ficar sentada no banco, por isso um grupo de mulheres da igreja vai até sua casa, leva comunhão e fazem visitas.
Sempre está com os filhos e netos em sua casa. Seu filho caçula que mora em Várzea Paulista-SP sempre a visita, assim como a de Três Fronteiras-SP, a de São José do Rio Preto-SP e as de União Paulista.
Ainda hoje, aos 100 anos, não gosta de depender de ninguém. Mora sozinha, faz sua própria comida, café da manhã e lava a louça. Recebe o auxílio de uma mulher que vem de manhã e à tarde para ajudá-la no banho e lavar sua roupa. Roupas de cama e toalha de banho são as filhas que auxiliam na lavagem. Uma vez na semana vem alguém para limpar sua casa.
“Aqui estou acostumada, tem tudo perto”, finaliza Tereza, que quando cozinha tem o costume de colocar uma cadeira ao lado do fogão para descansar as pernas.